sexta-feira, 29 de julho de 2016

23 de Julho de 2016

Por causa da noite passada, quando eu fui dormir às 6 da manhã, acabei acordando quase as 16 horas. Tínhamos que tá esse horário na casa da Christine por causa da Janta, era churrasco. Me arrumei rápido e fomos. Chegando lá começamos a preparar o almoço, fizemos pão de alho, arroz brasileira, maionese com batata, cenoura e ovo cozido e levamos farofa pronta. Paulinho tava andando de trato onde ele planta as árvores dele e Christine preparou uma batata que eu não sei o que tinha, mas estava muito boa. A vozinha do Hans estava lá, Dona Rosa, um amor de pessoa, muito mais muito fofa. Ela não fala inglês então me comunicar com ela foi difícil. Entrei o presente dela, que era uma camisola fofinha e ela adorou, ficou toda feliz. Vinicius e Hans montaram a churrasqueira e Bia acendeu. O churrasco aqui é, tem carne, frango, linguiça mas eles fazem almôndegas no palito também com temperos diferentes, eu nem sei de que eram as almôndegas mas eu sei que comi e estavam deliciosas. Paulinho também gostou da blusa que demos a ele e ele passou o dia usando ela. Bia tem sorte, ele ganhou uma família maravilhosa. Os pais de Hans são fantásticos assim como a vozinha. Passamos o resto do dia lá. A Christine fez um sorvete maravilhoso. O mesmo do dia anterior, só que hoje teve uma cobertura caseira de framboesa que gente, sério, aquilo com sorvete é absurdamente maravilhoso. Tanto o de chocolate quanto o de framboesa. E a gente acha que é só no Brasil que tem moscas, mas não é não. Aqui tem bastante também, dependendo do lugar onde você mora. Tivemos que voltar o que parecia cedo, mas eram quase 22 horas já é um amigo do Hans vinha aqui na casa deles. A gente perde a noção do tempo aqui porque o por do sol começa às 21:30 mais ou menos, então parece sempre que tá cedo. Esse amigo do Hans, acho que é Roth o nome dele, eu não sei, trouxe bebida. Comecei a tomar uma Corona e colocaram música mas tava muito desanimado mesmo. A gente ia sair mas preferimos ficar em casa mais um pouco. Fiquei mexendo no computador da Bia vendo fotos. Aí eles começaram a misturar vodka com Sprite e eu decidi beber. Bebi um copo. Depois dois. Depois três. Acabou a vodka. Já estava tonta e com as mãos dormentes. Eu nunca fiquei bebada na vida. Eu não costumo beber. Na verdade, eu não bebo. É muito raro eu ter qualquer tipo de contato com álcool. Eu tava no computador então comecei a mandar mensagem pra três amigos meus, disse que achava que tava bebada e desabafei sobre a minha vida. Foi absurdamente bizarro, agora eu posso ver. Fomos na rua comprar outra vodka. Gente, pra que? PRA QUE? Sentamos no parque e bebemos, virei vodka na garrafa e voltei pra casa da Bia. Foi então que decidimos sair e essa foi uma ideia bem engraçada. Saímos, deitamos na rua. Conheci uma brasileira que ela até me adicionou no facebook. Eu começava a falar com todo mundo "Eu sou feia?", "Eu sou gorda?", "É por isso que meu ex nunca me amou de verdade?", "eu vou ser uma atriz famosa", "me adiciona no facebook", "eu to bebada pela primeira vez e eu tenho quase 20 anos, quão bizarroé isso?", "eu beijei pela primeira vez quando eu tinha 18 anos", "ninguém nunca me quis porque eu sou feia". Enfim, tive uma crise de autoestima da pesada, eu chorava e ria, eu não sentia o meu rosto, tava tudo dormente. Mas eu conheci pessoas e eu falava tudo em inglês, eu não falei nada em português, e toda vez que eu via um menino bonito eu falava "hi handsome" e já ia perguntando se eu era feia ou gorda. Tirei foto com pessoas que eu nem sei quem são, devo até pedir essas fotos. Conheci um cara casado que me mostrou as fotos dos filhos e da esposa e disse o quanto gostava dela, e eu fiquei feliz por ele, e eu disse que meu sonho sempre foi ter uma família, casar, ter filhos, mesmo que hoje em dia eu ainda duvide um pouco do amor. E foi bem legal a sensação disso tudo. Bia ficava muito preocupada porque falávamos com tudo mundo e abraçamos todo mundo e o pessoal era de boa, mas ela ficava preocupada. Até que teve uns caras que me chamaram e ficaram apontando pra um beco pra eu ir com eles, mas eu ainda não tinha perdido todo o juízo. Foi uma experiência única e legal. Eu gostei disso, eu nunca passei por isso antes então foi tudo novo. Mas mesmo eu tendo ficado feliz e me comunicado, eu percebo que é uma coisa vazia assim, foi divertido aquela noite mas acabou sabe? A sensação de tá livre. No dia seguinte vem as tristezas e as preocupações. Não me arrependo de nada do que eu fiz naquela noite, mesmo não tendo feito nada demais, acho que falei o que não deveria ter falado, mas foi a primeira vez que me expressei e que disse o que eu pensava depois de muito tempo. Problemas com ex, problemas com autoestima, problema de vergonha em falar inglês e falar com as pessoas. Então foi um momento legal. Eu não posso dizer que não vou ficar bebada aqui de novo, mas eu não quero levar isso pra minha vida. Como uma necessidade de fazer essas coisas pra me comunicar melhor, ou falar dos meus problemas. Eu tenho que vencer a barreira da vergonha e a de não conseguir confiar em ninguém a ponto de contar o que eu sinto por já ter confiado muito nas pessoas erradas. Então, não quero levar isso pra vida, ou toda vez, ou toda vez que sair. Não mesmo. Eu não ligo pra bebida, nem gosto tanto assim do gosto da cerveja apesar de raramente beber, mas foi bom acrescentar esse dia no meu livro da vida.






















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